sábado, 1 de março de 2014

OSCAR 2014 - MELHOR FILME

Esta é a minha ordem de preferência, não minhas apostas.

 1.     Nebraska - Filme bom é aquele que reverbera. Você sai do cinema, mas o filme não sai de você. A vontade que dá de conversar sobre o filme é uma forma de reviver as cenas. Quando é assim, eu volto ao cinema e vejo no mínimo mais uma vez. Nebraska é isso. História tocante, fotografia maravilhosa, ótimas atuações, exceto a do Bruce Dern, que é muito mais que ótima. Não dá pra falar mais, só vendo. Meu preferido, mas não deve ganhar.

   2. Trapaça – Se ganhar, ótimo! Ambientado lindamente nos anos 70, com boa trama, trilha sonora classuda, sem a obviedade de se agarrar o tempo todo aos hits mais conhecidos dos anos 70, mas nos momentos em que recorre aos hits, eles ganham sentido e força. Como na cena da festa, que começa antes dela, com os casais nos carros, à caminho, ao som de Goodbye Yellow Brick Road (por sinal, o single, na época “compacto simples”, do Elton John foi o meu primeiro disco, presente do cunhado Edinho). A cena toda, que tem participação ultraespecial de De Niro, deve ter uns 15 minutos. Depois da cena, deviam pausar o filme, a plateia sair, pagar mais um ingresso e voltar. De quebra, uma boa imagem, não estranha por aqui: o político corrupto preso chora e acredita do fundo do coração que só estava fazendo o bem para a cidade. Dá vontade de fazer vaquinha e dar uma grana prá ele.

 3. Clube de Compras Dallas – Muito bom. Machão homofóbico do mundo dos rodeios descobre que tem AIDS, quando se pensava que só os gays pegavam. Lutando para viver, ele descobre que pode ganhar dinheiro traficando medicamentos proibidos até que percebe que não fazia mais pelo dinheiro, mas para ajudar. Ótima reconstituição e atuações sensacionais.




   4.Ela – Filme interessantíssimo sobre esta época de relacionamentos virtuais. O cara instala um sistema operacional com uma espécie de inteligência artificial. Um sistema que vasculha o computador e toda a rede para poder conhecer mais profundamente o seu dono para se comunicar melhor com ele. Avisa dos e-mails, dá opiniões, etc. Ocorre que a voz do sistema é a da Scarlet Johanson, e o dono da voz se apaixona por ela, e a voz se apaixona pelo dono da voz. Passam a namorar. Filme delicioso com reflexões atualíssimas.

5.   Gravidade –Filme diferente, ousado, talvez com mais chance de vencer do que “Ela” ou “Nebraska”. Tem praticamente só dois atores, George Clooney e Sandra Bullok, astronautas que depois de um acidente ficam soltos no espaço. Só que, depois de um tempinho, bye George, Sandrinha is alone. Três elementos levam o filme: a astronauta inexperiente numa situação limite, o espaço e o silêncio. Suspense brando, mas envolvente. A forma como foi filmado nos coloca lá, é incrível a sensação. Bonito demais, experiência única. Nesse aspecto, um grande filme. Só que não sei ele resiste fora do cinema, na telinha e sem o 3D...

   6.Philomena – Um convento na Irlanda mantém jovens mulheres praticamente como escravas, dentre elas Philomena, que engravida. Como dinheiro sempre ajuda, o convento tem a prática não muito cristã de vender os filhos de suas jovens escravas para ricos americanos. Cinquenta anos depois, Philomena resolve procurar seu filho, ajudada por um escritor. O filme escapa do dramalhão e da denúncia e segue pelo caminho da leveza e do humor leve.  



7.    O Lobo de Wall Street – Ascensão e queda de um operador da bolsa sem lá muitos escrúpulos, com cenas que só um Scorcese é capaz de fazer. O cara (Di Caprio) vive chapado, inclusive no trabalho, o que lhe dá inspiração para reuniões motivacionais daquelas em que todo mundo grita. Festas, putarias, Jonah Hill, sempre divertido, etc. Mas quer saber? Chatinho, chatinho. O tempo todo na mesma toada cansa. Aí alguém e diz “mas era assim que o cara vivia”. E eu com isso? Porque o cara tem uma vida chata o filme é obrigado ser chato? No final, a gente sai meio cansado.


Não vi:     12 Anos de Escravidão

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