domingo, 2 de março de 2014

EN DEUINERIS

As colocações são minhas opiniões, não minhas apostas.

DIREÇÃO
   1.  Alfonso Cuarón, GravidadeCom um roteiro bem básico, com um ou dois atores, teve coragem para buscar novas técnicas de filmegem, não digitais, que pudessem fazer com que a plateia se transformasse em astronautas soltos a esmo no espaço. Coragem também para ancorar numa atriz que não é das melhores que Hollywood já produziu. O resultado é interessantíssimo. O que ele fez não foi pouca coisa.
  2.  David O. Russell, Trapaça – Cenas antológicas num filme em que tudo funciona bem, tudo é redondo e bem filmado. Em termos de direção de ator, também muito interessante. Exemplo: De Niro vem fazendo o mesmo tipo por vários e vários filmes. Aqui há um grande ator num personagem único.  
3.    Alexander Payne, Nebraska Se ganhar também seria o máximo. Na verdade, o Oscar de direção devia ser dividido por três.
4.    Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street – Ok, Martin. Você é bom e deve ter se divertido muito ao filmar as loucuras do lobo e de seu parceiro. Aproveite a festa.
Não vi:           Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão

ATOR
    1. Matthew McConaughey, Clube de Compras Dallas O que? Esse atorzinho de comédia de terceira concorrendo ao Oscar? Estão querendo fazer dele o queridinho de Hollywood? Era exatamente o que eu pensava dele antes de vê-lo roubando a cena em O Lobo de Wall Street e depois, na série “True Detective”. Nesse filme, ele está impressionante, numa atuação de múltiplos expectros. Deviam dar o Oscar para ele e suspender a categoria de melhor ator por três anos.
2.    Bruce Dern, Nebraska Sensacional. Divino. Oscar nele. Impressionante como não parece estar atuando. Seu personagem, um velho todo atrapalhado, é um dos personagens mais críveis que já vi. É o meu avô rabugento, é o seu tio meio lelé, é aquele velhinho da casa da esquina que anda todo desarrumado e despenteado. Ao mesmo tempo é simpático e carismático. A lembrar: há quase 40 anos, ele fez um motorista de taxi em Trama Macabra, casado com uma vidente charlatã, no último filme de Hitchcock. O casal mais simpático de toda a filmografia do mestre.
3.    Christian Bale, TrapaçaPara mim, uma grande surpresa. Não imaginava que o cara fosse tão bom. No filme só a Jennifer Lawrence é melhor que ele. Desempenho quase digno de Oscar.
4.    Leonardo DiCaprio, O Lobo de Wall Street. Não entendo. Foi bem, mas num personagem que exige pouco em termos de alternância de estados, em termos de profundidade. Bem, talvez tenha sido ele mesmo que não deu a profundidade necessária.
Não vi:     Chiwetel Ejiofor, 12 Anos de Escravidão

ATRIZ
1.    Cate Blanchett, Blue Jasmine100 palavras. Será a nova Meryl Streep. Se tem 3 falas num filme, como no fraco Caçadores de Obras Primas, já arrebenta, imagina sendo a protagonista neurótica de um filme sério de Woody Allen?  
2.    Judi Dench, PhilomenaEssa mulher vale uma fortuna, não precisa de muita coisa para ser uma presença forte, divertida, emocionante. Seria lindo se ganhasse. Torco por ela.
3.    Amy Adams, Trapaça – Um decote fascinante. É boazinha. Ela tem carisma, é convincente. Adoro ela. Logo ganha, assim que enjoarem da Maryl Streep, da Cate Blanchet e da Jennifer Lawrence, se não aparecer nenhuma outra desse tipo antes.
4.    Meryl Streep, Álbum de Família Não vi, mas certamente está melhor que a Bullock;
5.    Sandra Bullock, Gravidade – o que disse acima não é piada. Gosto da Sandra Bullock, mas ela tem limitações. Aqui ela funciona e muito bem: Sandrinha, sem ter com quem contracenar, não fala muito e o capacete esconde um pouco suas expressões – sorte que não esconde o resto.

ATOR COADJUVANTE
   1. Jared Leto, Clube de Compras DallasFora os dois que não vi, os demais não chegam aos pés. Realmente o Clube de Compras pode ganhar, porque se escora numa dupla com desempenhos excepcionais.
   2. Bradley Cooper, Trapaça Vai bem no filme, obrigado.
   3. Jonah Hill, O Lobo de Wall StreetSempre faz personagens divertidos, embora mais ou menos iguais. Tem força nos olhos e uma cara engraçada. Oscar?
Não vi:           Barkhad Abdi, Capitão Phillips
Michael Fassbender, 12 Anos de Escravidão 

ATRIZ COADJUVANTE
1.    Jennifer Lawrence, TrapaçaO filme, que já é muito bom, sobre na estratosfera a cada entrada dela em cena. Uau!
2.    June Squibb, Nebraska Velhinha adorável, chata, porra louca,engraçada, sarcástica. Torço para ela, porque a Jenniffer Lwurence va ganhar mais que o Vettel, quer dizer, que o Federer, digo, que a Striper, digo, Maril Streep.
3.    Sally Hawkins, Blue Jasmine – Boa.
Não vi:           Julia Roberts, Álbum de Família
Lupita Nyong'o, 12 Anos de Escravidão

ROTEIRO ORIGINAL – sem comentários, que já está tarde
1.      Trapaça, David O. Russell e Eric Singer
2.    Blue Jasmine, Woody Allen
3.    Ela, Spike Jonze
4.      Nebraska, Bob Nelson
5.    Clube de Compras Dallas, Craig Borten e Melisa Wallack

ROTEIRO ADAPTADO – sem comentários, que já está mais tarde
1.      Antes da Meia-Noite, Richard Linklater, Julie Delpy e Ethan Hawke
2.    Philomena, Steve Coogan e Jeff Pope
3.      Lobo de Wall Street, Terence Winter
Não vi:     12 Anos de Escravidão, John Ridley
            Capitão Phillips, Billy Ray


FOTOGRAFIA  – sem comentários, que já está quase cedo
1.      Nebraska, Phedon Papamichael
2.    Gravidade, Emmanuel Lubezki
3.    Inside Llewyn Davis: Balada de um Homem Comum, Bruno Delbonnel
4.      Os Suspeitos, Roger A. Deakins
Não vi:           O Grande Mestre, Philippe Le Sourd

FIGURINO – Só um comentário: que sono.
1.    O Grande Gatsby, Catherine Martin
2.      Trapaça, Michael Wilkinson 
Não vi:           12 Anos de Escravidão, Patricia Norris
O Grande Mestre, William Chang Suk Ping
                       The Invisible  Woman, Michael O'Connor

sábado, 1 de março de 2014

OSCAR 2014 - MELHOR FILME

Esta é a minha ordem de preferência, não minhas apostas.

 1.     Nebraska - Filme bom é aquele que reverbera. Você sai do cinema, mas o filme não sai de você. A vontade que dá de conversar sobre o filme é uma forma de reviver as cenas. Quando é assim, eu volto ao cinema e vejo no mínimo mais uma vez. Nebraska é isso. História tocante, fotografia maravilhosa, ótimas atuações, exceto a do Bruce Dern, que é muito mais que ótima. Não dá pra falar mais, só vendo. Meu preferido, mas não deve ganhar.

   2. Trapaça – Se ganhar, ótimo! Ambientado lindamente nos anos 70, com boa trama, trilha sonora classuda, sem a obviedade de se agarrar o tempo todo aos hits mais conhecidos dos anos 70, mas nos momentos em que recorre aos hits, eles ganham sentido e força. Como na cena da festa, que começa antes dela, com os casais nos carros, à caminho, ao som de Goodbye Yellow Brick Road (por sinal, o single, na época “compacto simples”, do Elton John foi o meu primeiro disco, presente do cunhado Edinho). A cena toda, que tem participação ultraespecial de De Niro, deve ter uns 15 minutos. Depois da cena, deviam pausar o filme, a plateia sair, pagar mais um ingresso e voltar. De quebra, uma boa imagem, não estranha por aqui: o político corrupto preso chora e acredita do fundo do coração que só estava fazendo o bem para a cidade. Dá vontade de fazer vaquinha e dar uma grana prá ele.

 3. Clube de Compras Dallas – Muito bom. Machão homofóbico do mundo dos rodeios descobre que tem AIDS, quando se pensava que só os gays pegavam. Lutando para viver, ele descobre que pode ganhar dinheiro traficando medicamentos proibidos até que percebe que não fazia mais pelo dinheiro, mas para ajudar. Ótima reconstituição e atuações sensacionais.




   4.Ela – Filme interessantíssimo sobre esta época de relacionamentos virtuais. O cara instala um sistema operacional com uma espécie de inteligência artificial. Um sistema que vasculha o computador e toda a rede para poder conhecer mais profundamente o seu dono para se comunicar melhor com ele. Avisa dos e-mails, dá opiniões, etc. Ocorre que a voz do sistema é a da Scarlet Johanson, e o dono da voz se apaixona por ela, e a voz se apaixona pelo dono da voz. Passam a namorar. Filme delicioso com reflexões atualíssimas.

5.   Gravidade –Filme diferente, ousado, talvez com mais chance de vencer do que “Ela” ou “Nebraska”. Tem praticamente só dois atores, George Clooney e Sandra Bullok, astronautas que depois de um acidente ficam soltos no espaço. Só que, depois de um tempinho, bye George, Sandrinha is alone. Três elementos levam o filme: a astronauta inexperiente numa situação limite, o espaço e o silêncio. Suspense brando, mas envolvente. A forma como foi filmado nos coloca lá, é incrível a sensação. Bonito demais, experiência única. Nesse aspecto, um grande filme. Só que não sei ele resiste fora do cinema, na telinha e sem o 3D...

   6.Philomena – Um convento na Irlanda mantém jovens mulheres praticamente como escravas, dentre elas Philomena, que engravida. Como dinheiro sempre ajuda, o convento tem a prática não muito cristã de vender os filhos de suas jovens escravas para ricos americanos. Cinquenta anos depois, Philomena resolve procurar seu filho, ajudada por um escritor. O filme escapa do dramalhão e da denúncia e segue pelo caminho da leveza e do humor leve.  



7.    O Lobo de Wall Street – Ascensão e queda de um operador da bolsa sem lá muitos escrúpulos, com cenas que só um Scorcese é capaz de fazer. O cara (Di Caprio) vive chapado, inclusive no trabalho, o que lhe dá inspiração para reuniões motivacionais daquelas em que todo mundo grita. Festas, putarias, Jonah Hill, sempre divertido, etc. Mas quer saber? Chatinho, chatinho. O tempo todo na mesma toada cansa. Aí alguém e diz “mas era assim que o cara vivia”. E eu com isso? Porque o cara tem uma vida chata o filme é obrigado ser chato? No final, a gente sai meio cansado.


Não vi:     12 Anos de Escravidão

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