Quanto ao cinema, 007 inaugurou uma nova forma de fazer filmes, misturando ação, espionagem, sexo e muito charme. O estilo Bond é imitado, citado e homenageado até hoje. E mais: ajudou a moldar um estilo de vida, uma vida mais pop. Exemplo: a antológica cena de Bond saindo da água vestindo aquela roupa de mergulho; ao tirá-la, por baixo está com um smoking perfeito, passado, impecável, alinhadíssimo. Para fechar, a sínica expressão "tá vendo como eu sou bom?" de Connery.
As que eram do mal e estavam ali só para matá-lo, nunca resistiam ao seu charme e resolviam dar umazinha com Bond, James Bond, antes de matá-lo. Só que Bond tinha uma característica, que talvez, apenas talvez, alguns outros homens tenham: ele se “desconectava” do ato assim que despejava a última gota. Assim, sempre era ele que matava a bandidinha linda, para depois ajeitavar o cabelo e o terno, tomar o último gole do uísque e sair do quarto com aquele ar entre pena e tédio.
Ah, e os gigantescos cenários daquilo que, antes dos filmes de Bond, seria o “covil dos ladrões”, com suas máquinas imponentes e as centenas de operários-do-mal vestidos com uniformes bem cortados? 007 glamourizou até o mal! Os gênios-do-mal eram impecavelmente vestidos, cheios de excentricidades, bebidas finas e algum estranho animalzinho de estimação.
Sean Connery, que fez os seis primeiros 007 e foi, disparado, o mais charmoso (seguido, talvez, por Pierce Brosnan), ditou um estilo que está ainda muito longe de ser esgotado. James Bond não é apenas é o mais icônico personagem da história do cinema, mas um dos mais importantes do mundo pop.
Criado em livro pelo escritor Ian Fleming cerca de 10 anos antes, o James Bond que conhecemos nasceu para a vida mesmo com Sean Connery, e não vai morrer nunca mais. Duzentos anos depois do fim do mundo, ainda estarão fazendo filmes de James Bond. Parabéns, Bond!
Post-pôsti:
A segunda abordagem dos ingleses para sacramentar o domínio do mundo foi o lançamento, no mesmo dia, do o primeiro single dos Beatles, “Love Me Do”. Sobre a importância dos Beatles, entretanto, não me atrevo a comentar nada: prefiro que o Daniel o faça por meio de um brilhante e elucidativo comentário.
E "God save the Queen" que eu vou nessa, ver Dr. No!
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