segunda-feira, 18 de julho de 2011

Atenção atenção! URGENTE - AVISO IMPORTANTE

Alguns dos últimos pôstis deste blógui falaram de novela. Pois hoje estréia, à meia noite e quinze, no canal VIVA, canal 36 da NET, a novela Roque Santeiro, escrita por Dias Gomes. Acreditem, sobrinhos do Tio Moa: esse cara era um gênio.
Agora faça um favor para você mesmo: veja, obrigatoriamente, este primeiro capítulo, porque há ali a cena de apresentação de Sinhozinho Malta, fantasticamente interpretado por Lima Duarte.

A cena é genial: trata-se de uma entrevista que ele está dando a uma repórter. Sir Duarte está fenomenal. Você, que gosta de arte e valoriza uma boa atuação, vai ficar babando com Lima Duarte na cena, que por sinal é uma bela mostra da capacidade de síntese e da genialidade de Dias Gomes. Numa única cena ele consegue sintetizar não só o personagem e seu caráter, como traçar um painel de como funciona o poder no Brasil. A cena é imperdível, mas inexplicavelmente não constou no box Roque Santeiro, que tem 16 DVDs e está a venda em todas as boas lojas. Portanto, é ver hoje ou nunca mais.
A novela é baseada numa peça do próprio Dias Gomes, chamada O Berço do Herói. Na peça, Roque é um desertor de guerra, mas como foi dado como morto vira herói. Na novela a história muda um pouco, mas mantém-se como uma sacada fenomenal para denunciar os mecanismos do poder. Vale lembrar que, anos antes, a Globo tentou levar a novela ao ar, mas no dia da estréia foi vetada pela Censura Federal... Tempos de ditadura. Em 1985, na chamada nova república, aí sim ela rola. A história: uma vilazinha cresce e se transforma numa progressista cidade depois que bandidos a tomam de assalto e matam Roque, que heroicamente, teria defendido a igreja do saque. Roque vira herói, estátua e santo, devido a umas invencionices ide pessoas interessadas no lucro que aquilo podia dar. E assim, baseada no mito do herói e santo Roque Santeiro, a cidade cresce e prospera. Um belo dia o “santo” reaparece na cidade, vivinho da silva, para trazer de volta o que ele mesmo havia roubado da igreja.

Assim, o mito está ameaçado. Sua volta leva ao desespero o padre Hipólito, o prefeito Florindo Abelha e o comerciante Zé das Medalhas, principal explorador do santo. Mas o maior prejudicado é Sinhozinho Malta, o todo-poderoso fazendeiro do lugar, que vê ameaçado o seu romance com a "viúva" Porcina, que nunca foi casada com Roque e sempre viveu à sombra de uma mentira articulada por Malta. Mentira institucionalizada para fortalecer o mito e tirar vantagens pessoais.
Durante toda a novela o poder tenta esconder seu retorno. Estão ali representados os poderes econômico e político, o papel da igreja, tudo como uma crítica mordaz aos valores e à hipocrisia da sociedade contemporânea. Paulo Gracindo está lá, como o padre, num papel comedido, mas com uma carga dramática que só ele seria capaz de dar. Divirta-se com o prefeito Florindo Abelha e sua mulher, Pombinha Abelha, interpretados por Ari Fontoura e Heloisa Mafalda, que roubam a cena todas as vezes em que aparecem, sempre hilariantes. Agnaldo Silva co-escreveu a novela, especialmente nas partes mais chatas, sim porque tem lá os núcleos chatos de sempre. Mas o resto compensa tudo.

Texto muito inteligente e criativo e atuações fantásticas dos atores que interpretam os principais personagens (Lima Duarte, Armando Bogus, Paulo Gracindo, Ari Fontoura, Regina Duarte). Não precisa acompanhar toda a novela, não, embora devesse, mas o horário é complicado... Mas saiba que em qualquer dia que esteja na frente da TV a esta hora e queira ver algo de qualidade, mas ao mesmo tempo leve e muito divertido, ligue no 36. A novela é a prova de que o impossível pode ser possível: entretenimento com inteligência na TV.

Tô certo, ou tô errado? (responda aqui mesmo no pôsti quem conseguir conferir este primeiro capítulo) 

2 comentários:

Taniguá disse...

putz.. não tenho o viva!

Dassanta disse...

00:15h tem que ser à base de um tonel de cafeína pura pra segurar o sono...

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