domingo, 11 de julho de 2010

Tio Môa não é polvo mas crava: a Holanda vai ganhar!

Depois de um certo afastamento, Tio Môa está de volta, para a alegria das centenas de jovens ávidos por seus preciosos conselhos e orientações. Desta vez vamos falar, de certo modo, de futebol, afinal, hoje é dia de decisão de Copa do Mundo. Todo mundo tá dizendo que a Espanha é melhor e que vai ganhar. Mas você é do tipo que vai com a maioria? Eu sei que não. Ouça o que o Tio Moa diz: a Espanha não é melhor. - Mas Tio Moa, a Espanha tem o melhor toque de bola.


 Caro sobrinho, cuidado com isso. Uma coisa é ter o melhor toque de bola, outra coisa é ter o melhor futebol. Não se faz amor só com carícias e preliminares. Cobra parada não engole sapo! Se você tá lá com a gata, mãozinha prá lá, beijinho prá cá, e não pára nunca mais de fazer isso, logo logo ela vai pegar no sono. Tem que variar, alternar um pouco a pegada, e fazer o gol! A Espanha tem realmente um toque impressionante. Eles saem do campo de defesa para o ataque com toques curtos e vão tocando, tocando, e a defesa adversária vai se abrindo, abrindo, sabe como é... É realmente incrível a habilidade que todos do time têm para fazer isso. E vão mexendo a bola, sem pressa, até surgir, na movimentação, a penetração final. Só que na maioria das vezes isso está demorando muito a acontecer. A equipe adversária se fecha de novo e aí não entra mais, nem a pau, com o perdão da expressão. Por isso a Espanha não me encanta. Toques curtos e envolventes o tempo todo, num mesmo ritmo. Na verdade isso é muito chato. Não há tabelas. Tabela é bonito de ver porque são apenas dois jogadores levando vantagem sobre muitos. Os espanhóis não fazem lançamentos longos, com efeito. Sinto falta de dribles, de finalizações. Nada disso aparece com freqüência no jogo da Espanha. Só o tal do toque de bola envolvente, no mesmo ritmo e aborrecido. A Holanda não é nada de mais, mas é organizada e tem o Snejder, para mim o melhor jogador da Copa. Ele faz, com maestria, muitas coisas diferentes: lançamentos longos com efeito, toques curtos, armação do time alternando o ritmo de jogo. E tem o Robben, muito habilidoso, dono de um chute sensacional. Além disso, ele tem uma história de superação, vencendo incontáveis contusões e até um câncer. A Copa costuma ser generosa com jogadores assim, que o diga Ronaldo em 2002. Snejder e Robben me parecem ter mais o perfil de “jogador que define” do que qualquer um jogador da Espanha, e isso pode ser decisivo se o jogo estiver equilibrado. É claro que a Holanda, ao contrário da Espanha, não tem jogadores habilidosos em todas as posições, mas seu futebol, no geral, me parece mais completo, inclusive quanto àquela pegada mais forte, que não é a da Espanha.


 É claro que qualquer um pode ganhar, mas cravo na Holanda. E, agora que dei publicamente um palpite, preciso torcer por ele. O que é uma boa notícia para a Espanha!

2 comentários:

fernanda_cm disse...

Tio Moa, gostei da comparação, mas dessa vez quem chegou ao clímax foi a Espanha mesmo!

Bruna Bucci disse...

Seguindo a analogia, a Espanha atesta que 110 minutos de preliminares podem valer a pena. Seu blog eh um sucesso, tio Moa.

(ainda sem acento)

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